A importância da biblioteca para a promoção de hábitos de leitura

 

” Ler ou não ler” é, uma vez mais, a questão.

Nas sociedades contemporâneas, a leitura (em contexto escolar, profissional ou de lazer) assume um papel importantíssimo na promoção do desenvolvimento cultural, científico, político e, consequentemente, económico dos povos e dos indivíduos. Por isso, tanto se tem reflectido sobre a forma de incentivar e motivar as pessoas para a leitura, em especial as crianças e os jovens, que ainda não criaram e enraizaram esse hábito tão enriquecedor.

Interlocutor privilegiado, pelo tempo que partilha com os mais novos, a escola pode ajudar a criar e a sedimentar hábitos de leitura quer promovendo e explorando o livro, com temáticas adequadas e atractivas para as correspondentes faixas etárias, quer dinamizando actividades inovadoras e interessantes com livros na biblioteca escolar, quer propondo a navegação em sites diversificados que põem o aluno em contacto com a leitura de diferentes suportes, muitas vezes interactivos. 

Teresa Gonçalves in Educare, Educere.

 

 

Ode aos livros que não posso comprar

Hoje, fiz uma lista de livros,

e não tenho dinheiro para os comprar.

É ridículo chorar a falta de dinheiro 

para comprar livros

quando a tantos ele falta para não morrerem de fome.

Mas também é certo que eu vivo ainda pior 

do que a minha vida difícil,

para comprar alguns livros

- sem eles, também eu morreiria de fome (...)

Jorge Sena

Mundo como Vontade e Representação

 

O Mundo é a Minha Representação O mundo é a minha representação. Esta proposição é uma verdade para todo o ser vivo e pensante, embora só no homem chegue a transformar-se em conhecimento abstracto e reflectido. A partir do momento em que é capaz de o levar a este estado, pode dizer-se que nasceu nele o espírito filosófico. Possui então a inteira certeza de não conhecer nem um sol nem uma terra; mas apenas olhos que vêem este sol, mãos que tocam esta terra; numa palavra, ele sabe que o mundo que o cerca existe apenas como representação, na sua relação com um ser que percebe, que é o próprio homem. 

Se existe uma verdade que se possa afirmar à priori é bem esta, pois ela exprime o modo de toda a experiência possível e imaginável, conceito muito mais geral mesmo que os de tempo, espaço e causalidade que o implicam. Com efeito, cada um destes conceitos, nos quais reconhecemos formas diversas do princípio de razão, apenas é aplicável a uma ordem determinada de representações; a distinção entre sujeito e objecto é, pelo contrário, o modo comum a todas, o único sob o qual se pode conceber uma qualquer representação, abstracta ou intuitiva, racional ou empírica. Nenhuma verdade é pois, mais certa, mais absoluta, mais evidente do que esta: tudo o que existe, existe para o pensamento, isto é, o universo inteiro apenas é objecto em relação a um sujeito, percepção apenas, em relação a um espírito que percebe, numa palavra, é pura representação. 

 

Mundo como Vontade e Representação, de Arthur Schopenhauer